2016 será vintage! (artigo Albert Pavão)


O jornal “O GLOBO”, do Rio de Janeiro, no seu suplemento especial da Barra da Tijuca, bairro onde resido, publicou, em 29 de novembro passado, uma reportagem na qual uma moça acha algumas peças de roupa no armário da avó e constata que algumas de suas amigas estão usando roupas parecidas. É que os “looks” vintage estão com muito cartaz com as fashionistas, contribuindo para produções com uma pegada mais conceitual. Isto se aplica também a outros itens.
Mas alguém pergunta: o que é vintage? De início, era um termo utilizado para designar vinhos de uma safra excepcional, especialmente em Portugal, onde se referia mais ao Vinho do Porto. No Reino Unido, começou-se a chamar de vintage os mais valiosos carros antigos, até que o uso da palavra se expandiu e passou a abranger coisas diversas entre si, como cultura, roupas, guitarras, hambúrguer, etc. Muitos dizem que uma coisa para ser considerada vintage, tem que ter, pelo menos, mais de 20 anos, mas menos do que um século. Caso contrário, se intitula antiguidade...
Em 2014, eu lancei meu segundo livro chamado “Do blues à jovem guarda”. Nele, focalizei diversos itens considerados vintage. A começar pelos discos de vinil, passando pelos instrumentos e equipamentos musicais da época. Também não deixei de abordar a chamada “geração beat”, cujos principais nomes são hoje considerados vintage. Numa referência aos anos 40, 50 e 60 do século XX, também escrevi sobre os aparelhos de rádio, de TV, os primeiros computadores, a lambreta e a vespa e até os primeiros automóveis fabricados no Brasil, a começar pelo Romiseta... Em matéria de roupas, não deixei de contar uma pequena história das calças blue jeans.
Tenho notado uma valorização muito grande das coisas boas do passado. Este fato mostra a boa ideia que é a realização da Expo Vintage, em São Paulo, no sábado, 5 de dezembro de 2015.
Esses fatos acima relatados mostram que o próximo ano será muito propício para tudo que se relacionar com o tema vintage.



Albert Pavão – Um dos ícones da Jovem Guarda, pioneiro do rock. Compositor e cantor, é dele o sucesso de 1963 “Vigésimo Andar”, versão da música “Twenty Flyght Rock”, de Eddie Cochran, além de “Biquininho” e “Meu broto só pensa em estudar” . É autor dos livros “Rock Brasileiro 1955-65” e “Do blues à jovem guarda”. alpavao@gmail.com